Leonardo Martins, da INFO
Player da Microsoft tem boa interface e tela de OLED; faltam aplicativos
Zune HD
Microsoft
Prós: Design elegante, interface intuitiva e tela de OLED com ótima qualidade
Contras: O fone é fraco e falta uma loja de aplicativos mais rica
Conclusão: Player com bons recursos, mas que peca pela falta de aplicativos
Avaliação técnica: 8,2
Preço: 999 reais
Preço médio no MercadoLivre
Ficha técnica
16 GB > Áudio: MP3, WMA, AAC, M4a e M4B > Vídeo: WMV, MPEG-4 e H.264 > Tela de 3,3" > 76 g > Duração de bateria: 403 minutos (com vídeo)
No mundo dos MP3 players, o domínio da Apple, com seus vários iPods, é inquestionável. No Brasil, quem chega mais perto dela é a Sony, que se destaca em aparelhos de som de bolso desde os tempos do Walkman. Lá fora, existe uma terceira grande força: o Zune HD, da Microsoft, também tem usuários entusiastas. Evolução do primeiro Zune, de 2006, a nova versão aposta numa tela de OLED e numa interface muito bem feita e intuitiva para encarar o império de Steve Jobs. Mas, oficialmente, ele só é vendido nos EUA. Por aqui é encontrado no MercadoLivre e em outros sites do gênero.
As primeiras impressões em relação ao Zune HD agradam. Por fora, ele tem uma construção rígida, com ótimo acabamento. O INFOLAB avaliou o player na cor preta, que a Microsoft chama de Onyx Black. Em resumo, ele passa confiança para ficar no seu bolso convivendo com chaves e outros objetos. Com 74 gramas, o formato do aparelho torna-o fácil de carregar por aí sem incômodos. O curioso é que ele tem quatro parafusos na parte traseira. Para quem se acostumou ao desenho limpo da Apple, isso pode parecer um defeito. Porém, se a bateria do seu Zune HD der problema, você tem como abri-lo e tentar trocá-la.
O aparelho conta com três botões: um central, para retornar à página inicial, outro na parte superior, para ligá-lo e desligá-lo, e um lateral para acesso ao guia rápido na tela, para aumentar o volume, pausar ou mudar de faixa. A tela, inclusive, é um dos pontos altos do Zune HD. Com 3,3 polegadas, resolução de 480 por 272 pixels e construção de OLED, o display entrega imagens coloridas e equilibradas, tanto nas capas dos CDs quanto nos vídeos e jogos.
Interface boa, bonita e básica
Todos já sabem que o melhor jeito de fazer uma interface de MP3 player é prezar pela simplicidade. A Apple entendeu isso muito bem com os iPods. A Microsoft não ficou atrás e caprichou na interface do Zune HD. Com tópicos diretos escritos em letras grandes, é fácil acessar todos os recursos do aparelho com facilidade. Para completar, a transição das telas é feita com elegância e retornar ao último tópico requer apenas um clique.
Outros detalhes interessantes da interface do modelo são as listas rápidas, chamadas de Pins. Por meio delas, num menu lateral e cheio de imagens, é possível ver as músicas, sites e vídeos mais acessados pelo usuário. É como uma barra de favoritos feita automaticamente pelo aparelho. Outra boa sacada é a aba Social, que mostra as playlists de seus amigos conectados à rede e até permite comprar as músicas que eles ouvem. Porém, convenhamos, no Brasil você não terá muita gente para adicionar nessa brincadeira.
Um dos grandes motivos para a interface do Zune HD ser tão redonda é a combinação do bom software com o novo chip da NVIDIA, o Tegra. O processador foi desenhado especialmente para rodar vídeos e jogos em alta definição sem sugar toda energia da bateria em aparelhos portáteis, como smartphones, smartbooks e MP3 players. Com mais velocidade, o Zune HD decodifica com facilidade os vídeos, utilizando menos energia e ainda entregando imagens com resolução alta. Prova disso, é que o aparelho exibiu vídeo durante 6 horas e 43 minutos sem recarga da bateria no INFOLAB. Ponto para a Microsoft.
Aplicativos contados nos dedos
Quase tudo anda bem para a Microsoft na disputa do Zune HD com o iPod touch: sua interface é comparável à do concorrente, ele conta com conexão Wi-Fi, a tela mostra imagens nítidas e o som do aparelho tem ótima qualidade, com bons graves. Porém, se a ideia é ir além de um simples MP3 player, ele tem problemas na hora dos extras. A loja virtual do aparelho, o Zune Marketplace, é especializada em venda de vídeos e músicas, com milhares de artistas. Porém, Zune HD manda muito mal nos aplicativos, que são um grande trunfo do iPod touch e sua gigante App Store. Há menos de dez programas disponíveis para o Zune. Entre eles, os mais interessantes são o cliente de Twitter e alguns joguinhos de corrida, mas nada que salte os olhos.
Mas o Zune HD ainda tem suas cartas na manga. Sintonizar rádio FM pode não parecer nada digno de nota, mas a transmissão é feita pelo sistema RDS. Os dados são recebidos digitalmente, deixando o som com alta qualidade. Outra boa sacada é o dock vendido separadamente com saída HDMI, para transmitir arquivos de vídeo do Zune HD para a telona. Porém, não será fácil encontrá-lo no Brasil.
Um dos pontos em que a Microsoft poderia deixar o Zune HD à frente do iPod touch é o fone de ouvido. Quem nunca reclamou do periférico branquinho que acompanha os players da Apple que atire o primeiro iPad. Porém, o fone do Zune HD, mesmo escolhendo a cor preta, também não convence. Seu formato traz certo desconforto e o som é fraco para um fone intra-auricular. O jeito é seguir o mesmo caminho de quem já tem um iPod e comprar um periférico de outra marca, com melhor potência.